A dengue é um dos mais graves problemas de saúde
pública no Brasil. Em 2015, foram registrados mais de 1,6 milhão de
casos no país e 972 mortes. No ano passado, a doença transmitida pelo
mosquito Aedes aegypti atingiu 1,4 milhãode pessoas e provocou
602 óbitos, de acordo com os boletins epidemiológicos publicados pelo
Ministério da Saúde.
Entre as estratégias para conter essa ameaça está a
vacinação. Um imunizante, inclusive, já está disponível no Brasil desde
2016. Feito pelo laboratório francês Sanofi Pasteur, ele é vendido em
clínicas particulares e faz parte de programas piloto de vacinação
pública, como no estado do Paraná. O produto requer três aplicações com um
intervalo de seis meses entre elas. Nos estudos que serviram de base para a
aprovação, foi observada uma proteção de 66% contra os quatro sorotipos da
dengue.
Mas a grande promessa do momento é uma vacina desenvolvida
pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com os Institutos
Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês). Ela está
na última fase de estudos e procura atualmente voluntários de várias idades. Se os resultados forem positivos, a nova versão, que exige
uma única aplicação, será submetida à aprovação das agências regulatórias em
alguns meses. A expectativa é a de que essa opção tenha inclusive maior
eficácia do que a disponível hoje.
Para saber mais sobre as etapas de desenvolvimento da vacina
e os desafios envolvidos nesse processo, conversamos com a bióloga Lilian
Ferrari e com os infectologistas Alvino Maestri e Esper Kallas, coordenadores
da pesquisa. Nas respostas, você também confere como pode se tornar voluntário:
O que a vacina traz de benefício para a população
brasileira?
A primeira vacina brasileira é produzida com vírus vivos,
mas geneticamente atenuados, isto é, enfraquecidos. Quando aprovada, ela será
uma importante arma na luta contra a doença, que atinge não somente a população
brasileira, mas indivíduos de vários outros países.
O que o desenvolvimento da vacina representa para a ciência
brasileira?
Nosso projeto fortalece o cenário da pesquisa nacional pelo
envolvimento massivo dos pesquisadores distribuídos pelas cinco regiões
brasileiras, bem como pelo fato de ocorrer em Unidades Básicas de Saúde e atrelado
à Estratégia Saúde da Família em alguns estados.
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